terça-feira, 8 de dezembro de 2009
02:02
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
can you hear me?
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
que me perdoem se eu insisto nesse tema
virou ladainha, as palavras se esgotaram na repetição,
teus ouvidos saturados do meu discurso saturado.
cansamos os dois.
eu cansei das palavras e cansei também do teu silêncio.
(resta o quê?).
parecia que eu falava pra paredes. então desacreditei.
você há muito parecia ter desacreditado das minhas ameaças de ir embora.
e tantas vezes eu pensei em ir embora, meu deus. tantas vezes e não fui
[que passei a desacreditar que, de fato, iria]. eu dizia
e algo me dizia assim:
é blefe.
aí tu botava all-in na mesa, dominando o jogo, sabendo que minha mão não era forte.
tu foi fazendo tuas escolhas. e tu fazia o que queria.
toquinho, no rádio, cantava assim:
Que me perdoem se eu insisto neste tema
Mas não sei fazer poema ou canção
Que fale de outra coisa que não seja o amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos que não usam o coração como expressão
Você abusou, tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
e vinícius, assim:
Tantas você fez que ela cansou
Porque você, rapaz
Abusou da regra três
Onde menos vale mais
Da primeira vez ela chorou
Mas resolveu ficar
É que os momentos felizes
Tinham deixado raízes no seu penar
Depois perdeu a esperança
Porque o perdão também cansa de perdoar
Tem sempre o dia em que a casa cai
Pois vai curtir seu deserto, vai.
Mas deixe a lâmpada acesa
Se algum dia a tristeza quiser entrar
E uma bebida por perto
Porque você pode estar certo que vai chorar
cansei de perdoar.
desacreditei.
resta o quê?
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
seu desejo é uma ordem (ou: sou uma mulher solícita)
chupo mordo lambo faço refaço até com certa timidez ousadia às vezes viro desviro morro água gostosa gostoso geme sorrio é só se concentrar desces subo prendo e fico que delícia o tempo não tem tempo noite virando manhã a cama é pequena para nós. depois as pernas tremem, o coração escola de samba, o corpo estirado, uma chuva de suor, teu pau assim caidinho, aquela preguiça dos deuses.
vem, vem quando quiser-mos.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
dia sim, dia não
Dia não, desespero.
Dia sim, me enganas.
Dia não, me desengano.
Dia sim, me amas, me chamas, me clamas, me cheiras, me comes, me falas.
Dia não, tu te calas.
Dia sim, te ligo.
Dia não, desligas.
Dia sim, eu sinto.
Dia não, me ressinto.
Dia sim, ressuscitas.
Dia não, eu morro.
Dia sim, me procuras, me prometes, te perdôo, nos amamos, nos fartamos.
Dia não, tu enjoas.
Dia sim, eu exausta. Dia sim, eu grito, dia sim eu choro, dia sim abandono, dia sim me esqueço, dia sim adio, dia sin adeus, dia assim é foda,
dia desses desisto.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
uma cabeça, um coração, outras partes
bom, fato é que pequenas coisas me apetecem, como bem falou o f. pessoa: na vida aquece ser pequeno. hoje tô cheia dos disses e dirias. a gente é mesmo um monte de gente.
e bem sei que o coração quando precisa de um tempo, dá tempo pra gente investir em otras cosas. tô falando a gente, não levem a mal. coisas que realizo com cuidadosa atenção. cosas pequenas, grandes ou médias. e também coisas sem tamanho. sonhar acordada é uma coisa sem tamanho, assim como sorrir para o espelho - ou chorar. e embora a gente viva declarando que não temos tempo, caio me tem feito perceber que: o tempo que temos, se estamos atentos, será sempre exato.
amanhã tem mais um dia. e depois tem outro. e outro.
percebi agora que falei mais das cores. algumas.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
destinatários
Quantas vezes escutei, forçadamente, suas lamentações ao telefone, até minha orelha não mais agüentar, eu querendo dormir, eu querendo viver, eu querendo morrer e você ali, dando sempre um jeito de me prender. Marina Lima aquecendo meus ouvidos depois, pra que eu não esquecesse dos laços, dos nós, das mandingas: O que é que há com nós dois amor? Me responda, depois. Me diz por onde você me prende, por onde foge e o que pretende de mim.
Quantas vezes fiquei me perguntando se era isso mesmo, eu e você, primeiros namorados, até quando? Parecia que faltava algo, clichê que fosse: experiências, pessoas, liberdades. Eu fui, voltei, você ficou. Quando voltei parece que nos perdemos, digo isso sem muito acreditar. Acho que escolhemos nos perder. Pela idade.
Como doeu a porra da primeira vez, quantas tentativas rolaram, lembro-me tanto do “graças a deus” que entoei agudamente assim que o sangue desceu, tinha enfim perdido aquele lacre dos infernos. Você foi compreensivo, querido, como sempre, o tesão era ótimo.
Eu não entendia muito a tua família, eram meio ets, meio zumbis, você não se aproximava, eles não se aproximavam, contatos forçados, não havia muita naturalidade, eu dormia muito na tua casa, mas tua casa era teu quarto. Teu quarto era eu e tu e a solidão que não se nomeia.
Como eu adorava sentar no teu colo, dispensava todas as cadeiras do mundo, desde que você me deixasse sentar
Tu era um homem de verdade. Tu me fazia mulher. Tu me elogiava na frente dos outros, me levava pra passear no teu carro, colocava no rádio uma música e cantava, me fazendo entender que era pra mim. Mas tu era muito sentimental desnecessariamente. Fazia um bicho por uma merda que eu dissesse. Tu era inseguro e pintava de leonino.
Contigo conheci o mundo dos motéis. Brincávamos que iríamos fazer um Manual dos Motéis, com dicas e apreciações pessoais por cada canto que tínhamos passado.
Não lembro de tu ter brochado comigo alguma vez.
Lembro das primeiras vezes que trepamos, desajeitados, pareciam que tinham tocado salsa e estávamos dançando afoxé. Ríamos, sem jeito, sem graça, sem vergonha. Com a prática viria o ritmo, como aconteceu. Aprendi contigo que intimidade nos leva a um paraíso sexual. Abrir as pernas só melhora.
Não esqueço do primeiro perrengue que passei, achando que podia estar grávida de tu. Só te contei depois. Homem nessas horas só atrapalham. Tu tinha muita vontade de ter uma filha parecida comigo. Tu acreditava nisso, eu acreditava nisso, desacreditar pra que?
Escrevi tantas cartas, bilhetes, te entreguei fotos e o meu amor nelas. Nunca posso me arrepender de ter me envolvido contigo, embora tu fosse um tanto preguiçoso e relaxado. De repente se tornasse pouco para mim, eras menino, eras aquela coisa de sempre, aqueles amigos, aquelas conversas. Não estavas errado. Eu que estava querendo remexer-me.
Fiquei na merda por causa de tu, varei noites e dias procurando sinais, e nada. Me escanteasse, me deixasse no limbo, sufocada, incompreendida, apaixonada. Sem nunca ter me dado um fora, sem ter me dado um não.
Fizesse eu saber que tu ainda gostava da outra, que ela te procurava incessantemente e que tu sofria por ela.
Nunca fui num motel contigo, a gente sarrava tanto na rua, na praia, no escuro.
Brochasse umas duas ou três vezes, acho.
Me apaixonei e desapaixonei mais do que isso. Cantamos tanto Caetano.
Ademais, chorei tanto, fiquei muda, bebi todas, fui compreensiva, te dei um abraço, te entendo, te odeio, te quero, te esqueci, me mudei, apaguei teu número, teu rosto, teu pinto, teu cheiro, não apaguei foi nada, amei, amei e amei, gozei tanto, nos dias de chuva nem se fala, dancei axé, forró, pagode, sambei horrores, não conseguia chorar, assisti filme, dormi a tarde inteira, tive insônia, escrevi.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
caio,
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
sem título.
e apaixonadamente lembro-me do dia em que fizeste exame ginecológico em mim: eu quero um ginecologista desse ao meu lado com plantão de 168h por semana!
quero trepar contigo, vem logo!
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
lembrancinha
- sério? que legal! cadê?
- tá aqui, ó: sabe que dia é hoje? hoje faz um ano que sentamos naquele bar, onde já fomos tantas outras vezes desde então, e conversamos sobre como você estava odiando morar em apartamento porque passou a vida inteira numa casa com terraço e quintal e como você estava se sentindo um pouco claustrofóbica e oprimida pelos vizinhos que policiavam os teus barulhos e, aliás, hoje eu entendo como eles devem ter sofrido com você porque, puta merda, tu fala alto pra caralho e escuta som no último volume, hoje em dia tua audição já deve tar uns 50% comprometida! eu falei pra tu não esquecer os motivos pelos quais você tinha decidido se mudar prum apartamento e aí conversamos sobre como a cidade anda violenta e como, pra evitar os assaltos, acabamos nos tornando prisioneiros, erguendo paredes cada vez mais altas e gradeando janelas. e aí você me falou assim: mas não pense que lembrar dos motivos porque eu me mudei faz com que eu sinta menos falta do meu ex-quintal. e aí eu não soube o que te dizer e dei um gole no meu décimo copo de cerveja. aí notei você num semi-sorriso distraído e fiquei tentando adivinhar que lembrança tava visitando a tua cabeça. e aí parece que você adivinhou que eu tava tentando adivinhar e disse ah, eu tava aqui lembrando que quando eu tinha 9 anos mas aí nesse momento eu preciso confessar que eu já não tava escutando mais nada do que você tava dizendo porque eu tava viajando no desenho dos teus lábios e também segurando uma vontade danada de ir mijar. acho que você reparou que eu não tava prestando atenção porque você começou a fazer uma rosa de guardanapo, se detendo demasiadamente nisso. aí eu aproveitei e fui mijar e quando voltei tu tava no celular e aquilo me incomodou um pouco não sei porquê. quando eu sentei, vi que tinham chegado os bolinhos de bacalhau que eu já nem lembrava que a gente tinha pedido. nesse dia eu fiquei pensando que bacalhau devia ser afrodisíaco porque depois dele a gente começou a conversar umas putarias entre gargalhadas que faziam parte de um jogo de a gente fingir que não sabia como seria o fim daquela noite. certamente não no teu apartamento, pra não incomodar os vizinhos. quando veio a conta, você teve que pagar ela inteira porque a máquina do cartão tava quebrada e eu não tinha dinheiro vivo e eu reclamei com o garçom como é que vocês não avisam isso logo no começo?! e você disse fica tranquilo mas eu tava me sentindo super humilhado no meu machismo. depois fomos ao meu apartamento e eu passei três minutos tentando abrir a porta de casa com a chave do carro e você riu longamente do meu estado, como se você não estivesse tão bêbada quanto eu. depois não tivemos tempo de chegar no quarto e transamos pela sala mesmo, e eu fiquei surpreso com uns truques seus e rimos um do outro durante o sexo, como tivéssemos a intimidade de velhos amantes. depois tu tomou banho no meu banheiro enquanto eu fui rapidamente na geladeira e comi um pedaço de pizza frio enquanto pensava em você e começava desde já a sentir a tua falta. hoje faz um ano que eu me apaixonei.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
viver e escrever
também achei o dia bom, tanto ontem como hoje. fiquei feliz que você se esforçou pra sair de casa, já que você disse que tava precisando se distrair. fiquei feliz também de lhe ver, claro. e já fico meio assim sem saber quando vou te ver novamente, já que estás nesse clima meio vulnerável. às vezes tenho vontade de sair/ficar a sós contigo, pra conversar até mesmo sobre essas coisas todas da vida, e nos acalentarmos mutuamente, e cá entre nós, é tão melhor que msn. mas tenho ficado mais quietinha depois da nossa conversinha, ao menos tenho tentado. até porque é importante que exista vontade também do outro lado, do seu. andei lendo umas mensagens antigas tuas no celular, e me deu uma saudadinha, sabe? de como a gente tava, das coisas que você escrevia. não quero ser egoísta, c., de jeito nenhum, sei que o que estás passando não é fácil e não quero ser uma coisa a mais pra lhe entristecer, muito pelo contrário. minha vontade só é lhe dizer: vai passar, vai passar. e vai.
quando tu saiu daqui hoje eu tava bem, sabe. tava um dia aconchegante. o filme me deixou ainda mais aconchegadinha, me emocionei, fiquei reflexiva. de tarde dormi e acordei já de noite, um pouco atordoada pelo sono e por lembrar que era domingo. pensei em você e me deu vontade de estar mais perto de tu, ando sem muitas perspectivas quanto a isso devido aos últimos tempos, mas não posso dizer que eu não tenha vontade, sabe c.? acho que fico meio assim porque fui me acostumando nesses últimos meses a estar perto, a sentir e receber carinho, e depois que você ficou mais distantinho, continuei sentindo as coisas, e até certo ponto continuei lhe dizendo as fofurices todas, mas já não era a mesma coisa, né? principalmente da sua parte. te quero muito bem, sinto saudade de tu pertinho, de apertar e tudo o mais. sinto saudade da sua presença mais próxima, sinto como se você estivesse meio distante, e é por isso que acho que tô escrevendo. não é pra cobrar, como tu já deve saber, é só pra te dizer o que eu tô com vontade de dizer, já que ando cada vez menos tímida de te falar as coisas.
um beijo bem grande de coração
muita força pra você
(e pra mim)
terça-feira, 14 de julho de 2009
dobrado no fundo da gaveta (ou: as voltas que o mundo dá)
andei relendo e andei sentindo: o baiano em questão está indo de mala e cuia para além-mar.
saudades vão ficar.)
Completei, em março, um ano de namoro, mas só me dei conta de quanto tempo é isso agora, com esse tempo chuvoso que caracteriza o inverno de Recife. Sentindo o cheiro de terra molhada enquanto andava pela rua, a memória olfativa, mais forte que qualquer outra, me remeteu à exatamente um ano atrás, quando eu vivia o delicioso prazer de um começo de namoro. Era sentindo esse cheiro que a gente experimentava andar de mãos dadas e ria da alegria simples de estar com o outro. Era sujando de lama as barras da calça que a gente se dedicava a se conquistar, a e nossa relação tinha a leveza da chuva. Conhecer alguém é tão cheio das vantagens! Não há antecedentes, tudo na sua vida é uma história a contar para o outro; não há o peso de desentendimentos, brigas, ressentimento e dos maus hábitos que a gente cria em decorrência disso. Não foram tomados rumos. Não, só aquele delicioso prazer. De descobrir como o outro dá gargalhadas; ou flagrar um certo rubor no rosto; descobrir que estiveram num mesmo show, ou que adoraram um mesmo filme; descobrir um conhecido em comum.
Lembro de termos gazeado várias aulas na faculdade por conta da chuva. Eu passava a manhã na casa dele, e a gente fumava cigarros enquanto conversava sobre tudo nesse mundo, porque tudo era novidade, inclusive e principalmente a presença do outro. E quando a chuva caía eu sentia cheiro de terra molhada, e a brisa fria que hoje senti de novo. A chuva está definitivamente me fazendo resgatar algumas sensações que se perderam ao longo desse último ano. E já não me reconheço em muitas delas. Eu tinha asas na cabeça e me orgulhava da tranquilidade dos meus pensamentos. A liberdade era o não me preocupar. Eu sinto falta disso, mas só posso culpar a mim mesma das mudanças que meus pensamentos sofreram. Para sentir a paixão e o amor que eu estava me propondo a sentir, precisei me aprisionar em pensamentos que se tornaram recorrentes e aos poucos eu me tornei, com eles, outra. Por exemplo, internalizei o medo de perdê-lo e tornei isso tão meu que já não consigo não me preocupar se ele fala comigo de forma mais fria ou se está irritado e eu percebo que não consigo mais aliviar as chateações dele como antes ("Perto de você os problemas todos parecem ficar menos sérios", me disse certa vez). A dependência emocional que hoje sinto me angustia. Até porque isso não parece atingi-lo. Ele se mostra sempre tão seguro e auto-suficiente. Às vezes penso que se eu chegasse pra ele e dissesse que quero acabar o namoro ele me responderia "tudo bem". E lembro das vezes que me vi insistindo para que continuássemos juntos, como se precisasse convencê-lo. Numa dessas vezes ele me disse "eu andei pensando que a gente não tem mais aonde chegar". E essa frase simplesmente não pára de ferir. Tudo era tão promissor e belo naquela época de chuva. Eu me recuso a acreditar que isso tenha se esgotado, que o que a gente tinha pra viver já tenha sido vivido. Eu realmente odeio lembrar que ele disse isso. Acho que odeio porque às vezes considero a possibilidade de ele ter razão.
sábado, 27 de junho de 2009
Não se admire se um dia
Não sei te dizer o quanto morro e o quanto vivo na tua ausência. Toda vez que escuto essa música fico pensando em te escrever, pra que não esqueças: “faz tempo que não te vejo, quero matar meu desejo, te mando um monte de beijo, ai que saudade sem fim”. Também lembro tanto daquele dia, tu falando que música tão bonita e depois cantando no meu ouvido “morena flor do desejo, ai teu cheiro em meu lençol”, tu num sabe a volta que meu coração dá quando escuto essa música, essas palavras todas alinhadas desse jeitinho nessa sequência melodia ritmo som afeto.
Tu é daqueles sonhos reais, minha vontade de largar qualquer coisa e correr mundo, minha coragem e meu desapego. Minha crença na imprevisibilidade, na surpresa, no coração aumenta tanto porque um dia cruzei contigo. Com dinheiro na mão eu seria capaz de fazer qualquer loucurinha por nossa conta e responsabilidade. Tenho tanta vontade de te ver nu novamente, mais que isso, de te ver todo arrumadinho, cheiroso, uma delícia de homem, pessoa gente boa trocando só palavras boas comigo, diria gil: toda pessoa boa soa bem. Me lembro tanto do dia do nosso reencontro, aquele frio na barriga, eu dava tudo pra viver isso de novo, mesmo não me enganando da minha timidez e aflição. Tu tava tão bonito nesse dia, baiano. Lembro quase tudo da tua roupa, teu tênis, boné, e olhe que não sou nada boa nisso. Lembro de eu entrando no teu carro, tu surpreso com meu cabelo já maior. Eu dava tudo – repito abestalhadamente – pra viver isso algumas vezes todo ano. Lembro tanto de nossa conversa, nosso carinho nesse dia. Estávamos tão bons amigos, somos bons amigos e se formos contar ao todo, nem um mês tivemos de convivência cara a cara. Bateu, mexeu, virgem com virgem, Bahia e Pernambuco, axé, samba, calor, sol, o som do teu carro, teu carro, tua casa, teu cachorro, tua sobrinha linda tão linda, nós dois deitados num colchão no meio da cozinha. Por que essas coisas não duram pra sempre? – pergunto abestalhadamente. Queria muito te ver de novo, estou sentindo uma energia tão boa por tu esses dias, como há muito não. Tu é meu lado mais diferente e por isso me surpreendo. Tu é uma pessoa pra sempre.
Obs.: Outra música que me dá dor no coração de escutar: “pela sua cabeleira vermelha, pelos raios desse sol lilás, pelo fogo do seu corpo centelha, pelos raios desse sol”. Lembro agora daquele dia a gente na praia, despedida - muito engraçado isso de eu recordar com maior intensidade o dia do reencontro e o da despedida – final da tarde, vento na cara, consegui meu deus, com o maior esforço do mundo te dizer que foi bom, muito bom, do resto nem quero falar, parece que ainda é tão recente no meu corpo - embora já tenha corrido o calendário, embora nossos próprios corações já tenham dado voltas - como se fosse coisa novinha em folha, coisa que arrepia lembrar, aqueles instantes, cds, absorvente, sanduíche, celular, coração doidinho, tu falando da tua mãe, teu sotaque dando graça às palavras, eu já prevendo, antecipando, imaginando saudade saudade te quero. Sobrevivi, sobrevivemos. Saudade é uma coisa que mexe com a gente.
Obs2: Por que é tão difícil terminar de escrever isso aqui? Parece que tem ainda 3 litros de coisas, 20 quilos de lembranças, afetos, desejos, 300 milhões de palavras-sentimentos. Por que é tão difícil terminar? - Me pergunto abest...
segunda-feira, 8 de junho de 2009
europa, áfrica e bahia
foi numa encruzilhada, num dia doido, semáforo quebrado, buzinas histéricas, pressa, multa, atraso, assalto, a porra toda. avenidas engarrafadas a nos unir. eu de carro, tu de ônibus, eu indo, tu voltando, eu sem tempo, tu com calma, tu com alma, eu com medo. tu ia, eu fugia. olhei pro lado, te desencontrei, fui pra bahia.
fui pra áfrica, voltei da áfrica, tu foi pra europa, voltou da europa. nos encontramos numa sexta-feira de oxalá, sexta-feira da paixão, sexta-feira santa, ai, minha santa, que páscoa profana! europa e áfrica se misturando, se confundindo, se fundindo, europáfrica, eurofrica, euca, sonho de unificação, retorno à pangéia, ao éden, ao útero. como seria lindo um filho nosso, café com leite, feijão com arroz, bem-casado, américa.
exus zombeteiros e semáforos quebrados em encruzilhadas, distâncias continentais a nos unir, é mandinga, é destino, é acaso, 6 bilhões e nós aqui, êta terreiro grande!, o mundo inteiro o nosso ilê, pois que somos herdeiros de adão. e é tanto chão, tanto mar, tanto caminho e (pra tu, que és de voar) tanto céu, que nossos encontros não são destinos ou acasos. ah, neguinho, são milagre.
terça-feira, 2 de junho de 2009
sobre coisas urgentes
o que pode ter de mais urgente do que sentar no teu colo, tu me abraçando pelas costas, enroscando pela barriga, encostando cabeça, beijando chuachuachuac sem parar, mordendo braço, beliscando perna, vice-versa, o que pode ser mais urgente do que fazereceber uns carinhos-malvadeza euetu, meu deus?
no calendário existem provas, estudos, trabalhos à vista. por conta disso pode até bater uma culpa, mas sei que a culpa maior seria abdicar do outro querido querendo maisemaisemais, coração tumtumtum.
somos tão desnecessários e não tem coisa mais urgente.
de ouvido, me recordo:
os livros na estante
já não têm mais
tanta importância
do muito que eu li
do pouco que eu sei
nada me resta
a não ser
a vontade de te encontrar
e o motivo eu já nem sei
nem que seja só para estar
ao teu lado só pra ler
no teu rosto
uma mensagem de amor
(herbert vianna)
outras letras assinalam:em qualquer tempo
seco ou molhado
qualquer quarto
ou morada
(escuro ou claro)
o minuto cobra:
a direção dos pés
a intensidade das mãos
(http://www.palavraedestino.blogspot.com)
sexta-feira, 29 de maio de 2009
e muito mais
quarta-feira, 27 de maio de 2009
balé de dois
quinta-feira, 21 de maio de 2009
saudade apertada no coração
e surpreendo-me com tuas novidades e teus caminhos.
tu agressivo a me fazer as cócegas mais engraçadas, sorridentes e “gargalhosas” que já levei... tao intensas e gostosas; eu fortemente a me esquivar rindo e amando. a gente transando, trepando, fazendo amor, sexo, carinho. tu em baixo, eu em cima, em pe, de lado, sentado, de quatro, cinco, seis, oito, mil...
e sou tesão.
eu mordendo e lambendo tu todo, tu me chupando e olhando... eu te pegando, tu me tocando. as minhas caras, as tuas palavras... tu se encolhendo arrepiado; eu te beijando, tu me instigando. ai.
dente, lingua, mao, dedo, bunda, costas, unhas, pele, peito, pau, periquita.
eu, tu, eu, tu, eu, tu.
(...)
e completamente me excito.
tu roncando e dormindo pelado ao meu lado, com pau duro, eu te olhando... teus pelos, nariz, boca, olhos e respiração; tu, sem nenhuma inibição, todo lindo a tomar banho de olhos fechados, eu, abraço molhado e mãos deslizando sobre ti. o nosso beijo. eu usando aquela toalha amarela com teu cheiro... ah, o teu cheiro; tu fumando cigarro com aquele olhar distante, mirando o navio no horizonte pela janela, eu te secando todo. nosso café da manha. a gente caminhando na praia em um dia cinza, frio e chuvoso. o tempo passando e a lua por vir. volto a minha casa e tu te voltas pra ti, e viaja literalmente.
e eu fico aqui com tanta saudade apertada no coração.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
sou tímida mas rebolo
sou do tipo que lança e aguarda as repercussões, não sei ser carruagem, trem, automóvel, avião, indicando caminhos e velocidades. fico no vai-e-vem, no movimento fluidez, entre o que se fala e o se escuta, embarco, mas só navego se o mar me abriga. mas arrisco - e muito. principalmente nas palavras. não sossego se empaco em certos dizeres, nesses casos costumo fazer uso das palavras escritas, elas vão, eu morro do coração: foram, vivi. não tenho ansiedade em distinguir paixão de amor.
acho que hoje em dia eu cometeria a 'imprudência' de me envolver com denominações (namoro) com uma pessoa ainda no início do encanto, cansei de esperar, o tempo é vasto, o vento é diário. não tenho mais talento para jogo duro, 0x0, defesas, precauções. coração que lateja quer ir logo pra área, chute a gol, contra que seja, pênalti e o escambau.
domingo, 3 de maio de 2009
quando dói a gente escreve, hoje é domingo.
domingo, 26 de abril de 2009
ai ai
aparece um chuchu desses.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
aqui dentro de mim.
é que não há mais.
estou no mais profundo de mim, e me atormenta a queda ou o crescimento. por isto estou fraca, feia e fútil. respiro por uma força qualquer que me indique destino algum.
nao posso mais.
preciso de paz aqui dentro.
por Ana Flora
terça-feira, 14 de abril de 2009
hoje eu sou toda saudade
quinta-feira, 2 de abril de 2009
assim:
eu nítida, clara, eu luz. seus gestos não programados, suas palavras de amor, seus silêncios de amor. sua vibração, seu cheiro, sua coxa firme, que eu aperto mais cada vez que o carro freia. teu suor, minha saída, senha, sina, sigo. na tua gostosura. ai que saudade do teu corpinho.