terça-feira, 8 de dezembro de 2009

02:02

chega essa hora da noite, madrugada adentro, me dá uma saudade de você. fala-se muito das trepadas matinais, mas acho que sempre me apeguei mais às trepadas noturnas, hora inspirada do dia, hora em que as obrigações já foram dormir, mas permanecemos atentos. saudade de ficar conversando contigo até altas horas, até que um lance qualquer, minha perna bate sem querer na tua perna, minha calcinha aparece de relance, tua boca de repente me chama e pronto, não tem mais saída. ou é só o que tem, múltiplas saídas para ir seguindo esse desejo que só faz crescer crescer c r e s c e r. isso faz uma falta, rapaz. não é só a hora da trepada, tem o antes e também o depois. a cama é o nosso refúgio, nossa igreja e nosso samba, nosso desmantelo, nossa preguiça, nosso carinho, até nossas farpas, nosso tesão, nossa timidez, nossa ousadia. depois tem tu tomando banho, a gente conversando besteira na cozinha, o tempo que não tem tempo e somos nós: às vezes me sinto a mulher mais besta do mundo.

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