terça-feira, 1 de setembro de 2009

caio,

agosto acabou e eu sobrevivi. estava certa de que setembro viria: é importante ter uma certezinha que seja (uma fé em qualquer coisa, não importa o quê, não é?) pra poder ir suportando as incertezas todas. sobrevivi aos trinta e um dias agostianos e poderia até dizer que de forma mais serena que outrora: sem usar palavras como “sempre” e “nunca” e sem arquitetar fugas de casa, da cidade, do país ou de mim. umas férias, quiçá, quem sabe. porque a gente cansa – e agosto é tão penosamente longo. mas não deixarei, caio, que agosto invada setembro. agosto já teve seu tempo, já deu seu recado, já deixou sua marca, (já enlouqueceu um cachorro) e já passou. sim, porque até a uva passa. a passagem para o outro instante é sempre iminente, clarice não me deixa esquecer.agosto se esgotou, caio. e cecília promete que a primavera chegará, mesmo que não se tenha jardim para recebê-la. agosto agora só ano que vem.

3 comentários:

  1. anita, peço licença pra me remeter a caio fernando assim de forma tão íntima. não se sinta enciumada, apenas culpada. sim, porque a culpa é sua!! :P

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  2. hahahaha
    e eu senti o estalo da inspiração em plena segunda feira de sol, já na despedida de agosto

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  3. hahaha mas caio não tem dono, baby, quem dirá dona.
    ser culpada por citares caio, é como quando dizem, por exemplo, que nosso maior defeito é tipo "sinceridade".
    gostei muito das palavras, posso sentir até o cheirinho das flores por cá. :)
    saravá!

    "...atravessamos agostos que parecem eternos e, nos setembros, suspiramos quase leves outra vez: “Meu Deus, passou”. O que vezenquando é puro engano: há pequenos agostos embutidos no entremeio dos doidos setembros".(caio f.)

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