domingo, 26 de abril de 2009

ai ai

pra quem andava com saudade de aperto, acocho, abraço, cafuné, aconchego, alisado, mordidinha, pele, corpo, língua, bem agarradinho com rostinho coladinho,

aparece um chuchu desses.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

aqui dentro de mim.

na busca de paz aqui dentro, te escrevi um e-mail demarcando o ponto final desta historia. é que nao mais suporto esta eterna dor tão voraz. entre nossos carinhos e afagos um muro bem duro e grosso de concreto foi construindo. entre as palavras emitidas por teus labios carnudos e meus ouvidos secos há um vacuo distorcendo os sons quando te escuto, com minh'alma. e assim, nao posso mais com a gente, com o nós.
é que não há mais.
estou no mais profundo de mim, e me atormenta a queda ou o crescimento. por isto estou fraca, feia e fútil. respiro por uma força qualquer que me indique destino algum.
nao posso mais.
preciso de paz aqui dentro.

por Ana Flora

terça-feira, 14 de abril de 2009

hoje eu sou toda saudade

não adianta, hoje eu sou toda saudade. teu cheiro ainda rondando pelo quarto, tua toalha ainda úmida por causa do tempo frio, os objetos todos que, diante da tua presença, ficaram como que encantados. antes eram apenas objetos que pouco me diziam. hoje acordaram: a cama que você dormiu, o sabonete que você usou, a cadeira onde você apoiou as roupas, a fotografia que você olhou, o livro que li pra você. hoje não tem cinza que tire esse colorido. e olhe que o dia foi de chuva. hoje eu sonhei acordada com tudo que ontem foi tão real, tão vivo, tão intenso; hoje, saudade. você fazendo carinho na minha cabeça enquanto eu dirijo, a gente em pé abraçados, abrigados da chuva, eu deitada no teu peito dentro do carro, você esquentando o leite, a gente querendo desacelerar o tempo. tudo, tudo tão intenso, justamente pela consciência de que se tratava de um momento muito pontual e especial, sem promessas de um a posteriori. éramos ali, inteiros, completos, sem faltas, vivendo só de amor. mas havia um prazo. foram dois dias de não querer nada mais da vida. mas dois dias vividos tão intensamente que parece que todo o resto ficou num "para trás" muito distante. tanto que hoje, quando acordei sozinha, achei estranho não ter você ali, o quarto vazio de você, o chuveiro vazio do teu banho, a chuva vazia da tua presença solar. é como se você tivesse acordado comigo por anos e anos, e por muito tempo eu não soubesse o que é não acordar ao teu lado. dois dias tiveram a força de fazer com que eu desaprendesse a tua ausência. tanto que hoje nada pareceu muito real. eu custei a levantar da cama, acordei me sentindo um pouco tonta, me demorei olhando os objetos do banheiro, uma saudade provocada por tudo que foi testemunha dos nossos dias. escolhi usar a mesma blusa azul que usei na primeira manhã, numa tentativa meio boba de sentir que você ainda estava por perto. a blusa azul era você, me envolvendo, não me deixando, ficando bem pertinho do meu corpo, abraçado. hoje você foi o dono dos meus pensamentos. como tem sido nos últimos meses. só que hoje foi saudade colorida. foi saudade que teve restos de cheiro pra aspirar e suspirar, foi saudade de beijos ainda frescos na boca, nuca, ombros, alma. foi saudade ouvindo as músicas dos cds que você me emprestou. e nesse ponto, eu chego numa esperança gostosa de depois: cds emprestados. cds emprestados pressupõem novo encontro, para devolução. cds emprestados são uma promessa de que não nos esqueceremos, de que há algo pelo que esperar. minhas saudades hoje são coloridas, e não sufocantes, porque você me emprestou cds.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

assim:

você na minha frente. teu rosto, teus braços, tua barba. você de costas lavando pratos de sunga. um abraço. você nítido, você claro, você luz.
eu nítida, clara, eu luz. seus gestos não programados, suas palavras de amor, seus silêncios de amor. sua vibração, seu cheiro, sua coxa firme, que eu aperto mais cada vez que o carro freia. teu suor, minha saída, senha, sina, sigo. na tua gostosura. ai que saudade do teu corpinho.

abrindo

abrindo a janela para circular o ar e movimentar as energias. sejamos bem-vindas!