sexta-feira, 29 de maio de 2009

e muito mais

aí depois de uma meia hora falando de sexo e se provocando com palavras, ele se dá conta de algo que faz questão de esclarecer: mas não é só sexo, senão a gente não tinha chegado tão longe. do outro lado de linha eu sorrio e, como sempre tô me lembrando de alguma música, canto pra ele, foi mistério e desejo, e muito mais, foi divino brinquedo, e muito mais... aí ele completa o refrão, com aquela voz grave que eu adoro, se amar como dois animais. ficamos uns segundos calados e aí ele começa dizendo dia desses eu tava falando de tu pros meninos... eu interrompo, tu fala de mim?! é... eu tava falando de como não é só porque tu é bonita e sexy. é a tua companhia, é a tua cabeça, são as nossas conversas, é o teu cheiro. eu digo pra ele que adoro quando ele diz que gosta de mim e como era bom ouvir isso agora, que ele tava sóbrio, porque geralmente ele tá bêbado quando fala dessas coisas. eu digo isso sempre, você que não entende. eu me calo tentando rememorar todas as conversas que tivemos desde: quando mesmo? pra ver se consigo descobrir em que frases estava escondida a deliciosa declaração. não consigo. também não importa, mesmo sem entender, eu sinto, mesmo sem entender, eu vivo, mesmo sem entender, eu sei. é mistério, é segredo, é muito mais.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

balé de dois

tu na minha cama, tu tirasse a camisa, tu moreninho, fortinho, penso: que delícia: digo. tua pele tão lisa que parecia que tinha passado um creme qualquer, embora não. tua bunda é tão durinha, lembra a de um outro, assim como o corpo magro e gostoso. tu é pequenininho, encaixa em mim que é uma beleza. teu pau é grande, é firme, vou me adaptando, ângulos e velocidades. como foi com teu beijo, tua língua hábil, lábios, salivas e respirações. tu descobrindo novos cantos, eu sendo novos caminhos, nós viajando em espaços, cócegas e arrepios. a gente tem sido quente, dá vontade de me encochar em tu por tempos, te prender com as pernas, dar um nó, balé de dois. a gente brinca de corpo. a gente é corpo. e corpo é uma delícia.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

saudade apertada no coração

é uma saudade apertada no coração que deixa ele suspenso dentro de mim e bem pequenininho, como uma semente de morango. entre as horas mais agitadas, fluidas e corridas de meu dia surge em minha mente curtos momentos onde as cenas da gente invadem minha cabeça, meu corpo e coração. e a cada segundo aumenta minha vontade de você. ah! - como dirias tu mesmo - tu me respirando e tentando descobrir o cheiro que exala de minha pele: o de quem acabou de fazer amor. a gente chegando nas pontinhas dos pés a tua casa, tu bêbado; eu besta e apaixonada olhando cada passo por ti dado, em qualquer direção.
e surpreendo-me com tuas novidades e teus caminhos.
tu agressivo a me fazer as cócegas mais engraçadas, sorridentes e “gargalhosas” que já levei... tao intensas e gostosas; eu fortemente a me esquivar rindo e amando. a gente transando, trepando, fazendo amor, sexo, carinho. tu em baixo, eu em cima, em pe, de lado, sentado, de quatro, cinco, seis, oito, mil...
e sou tesão.
eu mordendo e lambendo tu todo, tu me chupando e olhando... eu te pegando, tu me tocando. as minhas caras, as tuas palavras... tu se encolhendo arrepiado; eu te beijando, tu me instigando. ai.
dente, lingua, mao, dedo, bunda, costas, unhas, pele, peito, pau, periquita.
eu, tu, eu, tu, eu, tu.
(...)
e completamente me excito.
tu roncando e dormindo pelado ao meu lado, com pau duro, eu te olhando... teus pelos, nariz, boca, olhos e respiração; tu, sem nenhuma inibição, todo lindo a tomar banho de olhos fechados, eu, abraço molhado e mãos deslizando sobre ti. o nosso beijo. eu usando aquela toalha amarela com teu cheiro... ah, o teu cheiro; tu fumando cigarro com aquele olhar distante, mirando o navio no horizonte pela janela, eu te secando todo. nosso café da manha. a gente caminhando na praia em um dia cinza, frio e chuvoso. o tempo passando e a lua por vir. volto a minha casa e tu te voltas pra ti, e viaja literalmente.
e eu fico aqui com tanta saudade apertada no coração.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

sou tímida mas rebolo

tenho me envolvido e acho até que sou (estou) um pouco apressada, não gosto de ficar na enrolação, na vagareza, no miudinho, quero sempre chegar nos finalmentes, onde os passos podem ser maiores, ganhos e perdas, as presenças mais íntimas. não gosto de parar quando posso continuar. sou tímida mas rebolo. por mim eu já chamava de meu amor, engatava um namoro e ia pra um motel comemorar. não gosto de ter calma quando o coração acelera, se é pra destilar veneno, seguir pelo mal caminho, here i go. mas também sei que não posso dar conta de duas pessoas sozinha.

sou do tipo que lança e aguarda as repercussões, não sei ser carruagem, trem, automóvel, avião, indicando caminhos e velocidades. fico no vai-e-vem, no movimento fluidez, entre o que se fala e o se escuta, embarco, mas só navego se o mar me abriga. mas arrisco - e muito. principalmente nas palavras. não sossego se empaco em certos dizeres, nesses casos costumo fazer uso das palavras escritas, elas vão, eu morro do coração: foram, vivi. não tenho ansiedade em distinguir paixão de amor.

acho que hoje em dia eu cometeria a 'imprudência' de me envolver com denominações (namoro) com uma pessoa ainda no início do encanto, cansei de esperar, o tempo é vasto, o vento é diário. não tenho mais talento para jogo duro, 0x0, defesas, precauções. coração que lateja quer ir logo pra área, chute a gol, contra que seja, pênalti e o escambau.

domingo, 3 de maio de 2009

quando dói a gente escreve, hoje é domingo.

sonho é: tudo arrumado no meu quarto: papéis, lençóis, fotos, papéis, roupas, bolsas, papéis, papéis, papéis, e também as coisas que nunca têm lugar, só afeto. tudo arrumado na minha pasta, todos as pendências devidamente realizadas, entregues, carimbadas, todos os textos acadêmicos escritos e aceitos, todos os e-mails respondidos. a desorganização e procrastinação que minha vida se tornou, e a falta de força (motivação, coragem, desejo) para sair dessa condição espalham little angsts along the week, mas a maior parcela sobra sempre pro domingo à noite, coração apertado paralisando as ações práticas e insuportáveis. vou levando como posso, tento não sofrer tanto, sofro. mas sorrio bastante também e danço. dou mais importância às coisas do coração, as que batem e ficam, as que não precisam de esforço, as que me escolhem e para as quais sou escolhida, as que podem doer ou aliviar, it doesn't matter, são desejo, são caminho, inspiração, respiração, saliva, valem meu tempo, meu corpo, alma, espírito. cansei dos percursos inutéis, das órbitas burocráticas, que são aparência e futuro. quero o presente, movimentar a energia diária, criação, implicação, disposição. tomar pra mim a minha vida, tornar cada vez mais minha, cada vez mais vida, me sentir em casa com o que é meu, fazer o melhor com o que sinto, o que sinto é tudo que eu tenho e é aí onde sou. espero tanto conseguir dar os passos possíveis para que a distância entre ser e fazer sejam minimizadas. saravá!